Mulheres que comunicam


Referência João 4: 1-42  

No começo apenas algumas pessoas tinham o privilégio de transmitir os fatos. Os escribas e doutores da lei, eram homens, como mostra a Bíblia. Eles possuíam a autoridade de ler, escrever e narrar os acontecimentos. Eram os comunicadores oficiais de Reis e autoridades da época.

O primeiro capítulo do livro de João, mostra ao meu ver, o primeiro fato jornalístico da história, com apuração dos fatos e riqueza de detalhes. Com o passar dos anos e mesmo em meio as Escrituras é possível perceber uma mudança. Esse papel deixou de pertencer exclusivamente aos homens. Deus também delegou à mulher a função de comunicar.

A comunicação da mulher samaritana
Certa vez, uma mulher sofrida, conhecida apenas como a mulher samaritana, em meio seus afazeres diários, foi surpreendida pela doce presença de Jesus. Enquanto ela retirava água à beira de um poço na hora mais quente do dia, um diálogo foi travado e seus sentimentos curados. Não que Jesus não soubesse o que aquela pobre mulher sentia, afinal Ele sabe de nossos pensamentos, antes mesmo que as palavras cheguem a nossa boca. Mas a questão em si era que Jesus não poderia sequer dirigir o olhar àquela samaritana. Mas Ele foi além, dirigiu-lhe o olhar, as palavras e com seu amor curou a sua alma.

Alma que estava ferida diante de tamanha dor que enfrentara por causa de seus problemas pessoais. Seu coração era insatisfeito. Fora rejeitada por cinco maridos e, na ocasião, vivia com um homem que não lhe concedia sequer o título de esposa. Quando foi abordada estava sozinha, esse não era o costume da época, as demais mulheres iam em grupo realizar a mesma atividade. Ela não podia, era discriminada. Ainda assim buscava água para matar sua sede, mas o que ela não sabia é que a água que recolhia lhe saciaria somente sua sede física, temporária.

Ela necessitava de mais, muito mais. Jesus, então, ofereceu-lhe a Água Viva e saciou sua sede. Seu coração, antes vazio, tornou-se cheio de alegria, esperança e fé. Sentimentos que a impulsionaram a comunicar a todos quantos pudessem ouvir que Deus, que a amava, tinha lhe visitado através da figura do Messias. Ela tornou-se, mesmo anônima, uma comunicadora do Reino de Deus.

As mulheres comunicadoras
Assim como essa mulher samaritana que nem nome lhe é atribuído, no decorrer da história e em nosso cotidiano, podemos ver muitos exemplos de mulheres que conseguiram seu lugar e se destacam junto ao Corpo de Cristo. Elas comunicam a mensagem da cruz.. São missionárias leigas, esposas de pastores, líderes de ministérios, pastoras, teólogas, enfermeiras, cozinheiras, professoras, dentre tantas outras funções. Essas mulheres se desdobram. Cuidam da casa, do trabalho e ainda dão conta dos inúmeros trabalhos voluntários que fazem com amor e dedicação à obra de Deus. Sem que ninguém saiba sempre têm uma palavra de conforto, consolo, admoestação. Estão sempre prontas para servir, ajudar e acalmar as almas que chegam até si, sem esperança, perspectiva, mas com fé, por mais ínfima que seja. Fazem dessas almas seus filhos e filhas espirituais e da terra um pedacinho do céu. Essas mulheres são responsáveis por transmitirem mensagens que mexem com nosso imaginário, nosso caráter e até mesmo com nossas motivações pessoais.

Ao olharmos para o passado vemos semelhança comum em personagens que, por sua conduta de vida e postura pessoal e profissional, marcaram a história e influenciaram nossa trajetória. O exemplo de Marta ilustra bem uma caracterítisca dos tempos atuais, a pressa. Mulher apressada, quem sabe até colérica, não conseguia conter seus impulsos e num ímpeto de raiva foi questionar com Jesus o posicionamente de Maria. Maria, diz Ele, escolheu a melhor parte. Quantas mulheres no dia a dia andam apressadas, ansiosas e deixam de ter um instante particular com Jesus e na sequência veem suas vidas desandarem?

Já Sara, mulher de vontade forte, determinada, mas nem por isso causou uma revolução, poderia ter iniciado um movimento feminista em seus dias, mas não o fez. Preferiu deixar impregnada a marca da submissão.

Ester, a mulher que conquistou o coração do Rei e com um simples pedido mudou a história de seu povo. Por trás disso, uma fé inabalável. Quando viu que seu povo corria perigo, pediu a seus servos e servas que jejuassem e orassem por ela durante três dias e três noites, tempo suficiente para elevar suas orações ao Pai. Ele ouviu e deu-lhe o favor do Rei. Através de sua coragem e ousadia sua decendência foi livrada do extermínio e um modelo de oração foi deixado a tantas gerações.

Raabe, a negociadora, conseguiu fazer um acordo com os espias. Foi mais perspicaz do que aqueles de seu povo que tinham a incubêmcia de procurar os espias. Ela demonstrou iniciativa ao providenciar salvação de toda a sua família. Era uma mulher de grande coragem e nos deixa claro que tomar decisões certas e manter-se firme, é preciso, mesmo quando isso significa ir contra os que estão ao nosso redor.

Débora fora considerada uma juíza diferente para sua época. Quando foi escolhida para servir à nação era uma dona de casa comum. Ela é uma das mulheres descritas na Bíblia que foi elevada a um alto cargo político. Mesmo tendo deixado suas atividades domésticas em segundo plano, antes de ser colocada na posição de uma autoridade, ela se descreve como mãe em Israel. Débora foi uma conselheira, discutia e sugeria soluções para pessoas com problemas. Sensibilidade e razão andavam juntas com essa mulher que foi libertadora de seu povo num tempo de guerra.

As mulheres comunicam a mensagem da cruz
Na atualidade esse fato torna-se cada vez mais comum. Mulheres como ela, como eu e você estão presentes nas igrejas. São elas as responsáveis por tantas funções. Redigem cartas, corrigem textos, ensinam com seus exemplos. Exortam. Amam. Perdoam e prosseguem. Presidem reuniões. Organizam eventos, congressos. Lideram equipes. Tudo com um único propósito: comunicar o amor de Deus.

Mulheres são guerreiras, profetizas, levitas, intercessoras. São boca de Deus na terra. Comunicam pela dor. Sorriem quando querem chorar. Choram quando querem sorrir. Calam-se quando querem gritar. São fortes quando nenhuma força há em seu ser. Seus exemplos arrastam multidões.

A influência feminina em alguns casos foi capaz de mudar o rumo de muitas vidas, estados e nações. Esses exemplos seguem até hoje. As mulheres foram ganhando espaço no mundo dos negócios, na família, na sociedade, no mundo acadêmico e religioso. Muitas barreiras foram quebradas e, é cena cada vez mais comum vermos mulheres em posição de destaque, inclusive nas igrejas, mas nem sempre foi assim. O preconceito velado permanecia e em alguns casos, ainda permanece.

O estilo de vida moderno pede um alto nível de compromisso da mulher. Equilibrar casamento, casa e família com devoção exemplar e dedicação ao ministério requer um espírito de equipe altruísta e de zelo, possível apenas pela misericórida de Deus que a cada dia se renova e nos permite ir além, rumo ao alvo, a causa de Cristo.

Autora: Kalinka Amorim. Graduada em Letras e Literatura pela Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Jacarezinho (UENP) e em Comunicação Social, bacharelado em Jornalismo pela Faculdade do Norte Pioneiro. Pós-graduada em Gestão e Planejamento de Eventos e Promoção pelo Centro Universitário Filadélfia - UNIFIL. Pós-graduanda em Jornalismo Especializado e a História do Jornalismo Esportivo pela Faculdade Pitágoras. Aluna especial no Mestrado em Comunicação pela Universidade Estadual de Londrina. Repórter do Jornal Folha de Londrina, atuando nas editorias: Empregos e Concursos, Norte Pioneiro e FolhaWeb. Atua no ministério de comunicação da Igreja Metodista de Londrina.

Fonte: Disponível em http://www.institutojetro.com. Acesso em 18 de setembro de 2013.

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