Marketing Digital, Redes Sociais e ONGs


Entrevista com Giuliano Rodrigues de Souza pelo Instituto Jetro.

A comunicação virtual pode ser uma ótima ferramenta e estratégia inovadora  na construção do relacionamento entre o cliente (consumidor) e organização, viabilizando informação e diálogo.

Percebe-se cada vez mais a necessidade de inserção nos âmbitos das redes e mídias sociais digitais de forma estratégica. Pois, se cremos que "não podemos fugir das redes socias", devemos saber que assim como no mundo real, é fundamental pesquisa, conhecimento do seu público-alvo e planejamento da sua ação. Lembre-se: "caiu" na rede, disseminado está.

Com o objetivo de gerar a reflexão e contribuir com perspectivas metodológicas básicas e práticas para a inserção nas redes sociais, entrevistamos os professores Luciane Maria Stahl e Giuliano Rodrigues de Souza, sócios da Nitrum Comunicação e Consultoria, coordenadores do MBA em Marketing Digital e Gestão de Projetos Web na Faculdade Pitágoras. Editores dos sites http://www.nitrum.com.br/ e http://www.mbamktdigital.com.br/

Qual o objetivo do marketing digital? Quais características são essenciais para a pessoa responsável por gerar conteúdo e monitorar as redes sociais de uma Organização?
Luciane e Giuliano - Não há como definir um único objetivo para o marketing digital, ele é muito mais amplo e depende da estratégia organizacional:  aproximar-se do público, estabelecer relacionamento, divulgar produtos e serviços, promover uma ideia, entre muitos outros. O responsável por gerar conteúdo deve ser organizado, ter um bom relacionamento interpessoal, saber escrever bem, ter capacidade de compreensão (para se colocar no lugar do leitor) e estar sempre buscando as novidades.

Quais são as redes sociais disponíveis e quais devem ser usadas por uma Instituição sem fins lucrativos? (ONGs, Igrejas)
Luciane e Giuliano - Hoje contamos com centenas de redes sociais, o ideal é procurar aquelas onde há uma grande concentração de público - tanto no geral, como segmentadas. No geral não se pode fugir do  Facebook ,Orkut e Twitter (os campeões de audiência no Brasil), já entre as segmentas temos a Comunidade AD- www.comunidadead.com.br (Assembléia de Deus), comunidade Arca Universal - www.comunidade.arcauniversal.com da Igreja Universal e outras das mais diversas denominações. No que diz respeito as ONGs a mais conhecida é a Eu sou voluntário - www.eusouvoluntario.com.br

Quais os erros que não podem ser cometidos nas redes sociais usadas por uma Instituição?
Luciane e Giuliano - Os principais são: iniciar a interação e abandonar (os motivos para isso são diversos desde comentários indesejados até a falta de perseverança para aguardar o retorno do público); usar a rede social da instituição como se fosse um canal próprio, dando mais atenção as suas opiniões do que a da instituição (não se pode esquecer que você está falando para um público grande, representando uma instituição). Temos vários casos no Brasil de pessoas que foram demitidas por expressar opiniões pessoais em páginas de instituições.

A maioria das organizações sem fins lucrativos dificilmente investem em mídia, contam apenas com panfletos e o "boca a boca", quando muito tem um site/blog. Sofrem para arrecadar fundos e novos voluntários. Como posso usar as mídias sociais como ferramenta para gerar negócios online (captação de recursos e de voluntários)?
Luciane e Giuliano - O principal é mobilizar as pessoas em torno de uma causa, oferecer conteúdo e sensibilizá-las de que podem auxiliar. Divulgar as ações realizadas valorizam as pessoas que participam, mostra o bem-estar gerado com o voluntariado e estimula outras pessoas a colaborar.
Há também sites para captação de recursos, que auxiliam nestes casos, principalmente quando há uma boa causa. O mais importante neste caso é usá-los com cuidado, para não deixar a impressão de que quer apenas o dinheiro.

Hoje contamos com vários sites que auxiliam nesse processo chamado crowdfunding, ou seja, financiamento colaborativo, onde várias pessoas contribuem com pequenas quantidades de recurso para viabilizar um negócio, uma ideia ou um projeto, alguns exemplos são o www.cartase.me; o www.vakinha.com.br e o www.movere.me, onde se encontra solicitações de recursos de diversos tipos, desde recursos para casamento, edição de livro, lançamento ou compra de instrumentos para uma banda, como auxílio a pessoas e instituições sem fins lucrativos.

Para alguns, o mais importante é não estar "por fora" e ter uma conta nas várias redes sociais. Mas, presença "virtual" não significa sucesso. Quais os cuidados para com o conteúdo e a imagem da "marca" da Instituição nestas redes?
Luciane e Giuliano - Como estamos reforçando desde o início é preciso interação, ter um perfil no Twitter, uma fan page no Facebook (lembrando que instituições não podem ter perfil no Facebook, é contra os termos de uso do site), perfil no Flickr, no Youtube, não é o suficiente e não trará retorno se o canal de comunicação não for estabelecido, é preciso interagir, perguntar, responder, mesmo quando um comentário parece ofensivo, é preciso dar um feedback, quando falamos de igrejas e ONGs estamos falando de crença, de fé, e muitas pessoas podem não entender e aceitar isso. É preciso esclarecê-la. É importante destacar que quando um comentário é negativo, você não precisa necessariamente responder em público, convide a pessoa a conversar por e-mail, chat ou mensagens privadas, e argumente. Se houver um consenso, peça gentilmente que ela finalize o comentário onde ele começou ou mesmo a organização, vá até a rede social onde isso se iniciou e informe a todos que a discussão foi finalizada em particular e de maneira adequada.

Quais os conselhos para pastores e líderes que querem utilizar as redes sociais? Quais os passos fundamentais? Demais informações relevantes a acrescentar.
Luciane e Giuliano - Acho que um bom conselho é que eles definam um objetivo: pode ser divulgar a sua igreja, evangelizar, falar sobre um tema específico como família, relacionamento, crescimento profissional. Ele deverá também verificar em qual rede social ele se sente mais confortável, se gostar muito de escrever pode optar por um blog e fazer suas integrações com Facebook e Twitter, se sua característica principal é a oralidade pode criar um canal no Youtube, e estabelecer contato via Twitter, que é mais dinâmico e mais ágil.

Não se pode esquecer que ele só poderá criar um perfil no Facebook se for pessoal, para a sua igreja ou instituição ele deverá criar uma página (fan page), desta forma ele permite que as pessoas curtam sua igreja ou organização e assim recebam as notificações de tudo que for postado ou compartilhado. Outra vantagem da fan page é o grau de personalização que é muito maior que o perfil, permitindo criar eventos, adicionar aplicativos e subpáginas.

É claro que para uma comunicação eficiente o ideal é que um grupo de pessoas se responsabilize por isso, a fim de dividir atribuições e dar atenção a todos que estabelecerem contato.

Fonte: Disponível em http://www.institutojetro.com. Acesso em 18 de setembro de 2013.

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